O artigo publicado pelo UOL aborda o tema das experiências chamadas de “sobrenaturais”, como ver vultos, ouvir vozes, sentir arrepios ou pressentimentos, e apresenta explicações neurológicas e científicas que podem justificar essas percepções sem recorrer ao campo paranormal.
Segundo o neurologista Dr. Saulo Nader, muitas dessas experiências são o resultado de reações neurológicas, sensoriais ou psiquiátricas — e não de fenômenos sobrenaturais.
Vultos e visões inexplicáveis
Ver sombras ou figuras periféricas pode estar ligado a alterações no córtex occipital, responsável pela visão. Essas percepções podem ocorrer em casos de enxaqueca com aura, epilepsia, Alzheimer, Parkinson ou até distúrbios do sono.
“Muita gente acredita ou brinca que ‘passou uma alma, passou um fantasma’… Mas isso tem uma justificativa: quando ocorre uma alteração rápida da temperatura na pele, por algum motivo, o cérebro manda um sinal neurológico para os pelos e cabelos se arrepiarem, dando aquela sensação estranha.”
— Dr. Saulo Nader, neurologista
Ouvir vozes ou sons sem origem aparente
Ouvir vozes pode ter origem em distúrbios psiquiátricos, como esquizofrenia, depressão grave ou transtorno bipolar, mas também pode surgir de ativação involuntária de áreas auditivas do cérebro, especialmente sob estresse ou privação de sono.
Segundo Dr. Nader, até mesmo sons imperceptíveis podem gerar sensações corporais:
“Estudos mostram que, embora o cérebro humano não consiga interpretar certas ondas como som, ele pode perceber vibrações de baixa frequência como sensação.
Esses sons de baixa frequência vibram o tímpano em outro ritmo, e o impulso elétrico é captado como um feeling, uma sensação emocional, subjetiva.”
— Dr. Saulo Nader, neurologista
Arrepios e “presenças”
Sensações de frio súbito, arrepios ou “correntes de ar” podem ser resultado da resposta fisiológica do sistema nervoso periférico, quando há variação térmica rápida na pele ou ativação involuntária dos músculos piloeretores.
O cérebro interpreta isso como um estímulo externo — o que pode gerar a sensação de “alguém por perto”.
A linha tênue entre o real e o percebido
A ciência ainda estuda como o cérebro interpreta estímulos ambíguos, e muitos desses fenômenos podem se confundir com alucinações ou ilusões sensoriais.
Há hipóteses que envolvem o sistema límbico (responsável pelas emoções) e as vias dopaminérgicas — áreas relacionadas à percepção da realidade.
Quando procurar um neurologista
Se sintomas como vultos, vozes ou arrepios constantes estão presentes, é importante buscar avaliação neurológica e psiquiátrica. O diagnóstico precoce ajuda a identificar se há causas como enxaqueca, epilepsia, distúrbios do sono ou transtornos de ansiedade.
Referência e redirecionamento
Conteúdo inspirado no artigo original do UOL:
Fonte original: UOL Tilt — “Acredita em fantasma? Veja explicações científicas para casos sobrenaturais” (31/10/2019)
Referência técnica: Dr. Saulo Nader, neurologista, especialista em tontura e distúrbios neurológicos.