Fonte original: UOL — Blog Lúcia Helena (02/07/2019)
Referência técnica: Dr. Saulo Nardy Nader, neurologista, especialista em tontura e equilíbrio.
A palavra “labirintite” é frequentemente usada como sinônimo de tontura — mas, segundo o neurologista Dr. Saulo Nardy Nader, essa associação é um erro comum que pode atrasar diagnósticos e comprometer tratamentos.
O termo correto, explica o especialista, se refere a uma inflamação grave do labirinto, estrutura localizada no ouvido interno responsável pelo equilíbrio e pela percepção espacial. No entanto, a labirintite verdadeira é rara. A maioria dos casos de tontura tem outras causas, muitas delas relacionadas ao sistema vestibular, neurológico ou emocional.
“Mais de 30 doenças diferentes podem causar tontura ou desequilíbrio, e cada uma delas tem origem, tratamento e evolução próprios. Tratar tudo como labirintite é um erro grave.”
— Dr. Saulo Nader, neurologista
De acordo com Nader, o diagnóstico correto depende de entender em qual parte do sistema vestibular está o problema: pode estar no labirinto, no nervo vestibular ou no sistema nervoso central, especialmente no cerebelo, responsável pelo controle da coordenação motora e do equilíbrio.
Ele ainda diferencia os dois sintomas mais confundidos pelos pacientes:
- Tontura é a sensação de desequilíbrio, cabeça leve, flutuação ou visão escurecida;
- Vertigem é a sensação de movimento, como se o ambiente ou o próprio corpo estivesse girando.
“Nem toda tontura é labirintite, e nem toda vertigem vem do ouvido. Existem causas cardíacas, neurológicas e até psiquiátricas que precisam ser investigadas.”
— Dr. Saulo Nader, neurologista
O neurologista ressalta que atribuir toda tontura à labirintite é um erro que leva a tratamentos ineficazes e, em alguns casos, à piora do quadro clínico. Ele alerta que até condições como diabetes, hipoglicemia, ansiedade, depressão e uso de medicamentos podem provocar sintomas semelhantes.
A recomendação do especialista é clara: diante de episódios de tontura ou vertigem persistentes, o ideal é procurar um neurologista ou otoneurologista para uma avaliação completa, garantindo o diagnóstico preciso e o tratamento adequado.