Fonte original: Folha de S.Paulo — Blog “Cadê a Cura?” (20/12/2019)
Referência técnica: Dr. Saulo Nardy Nader, neurologista.A expansão da internet transformou a forma como as pessoas buscam informações sobre saúde. No entanto, o neurologista Dr. Saulo Nardy Nader alerta para o aumento de “curas impossíveis, achismos e charlatanismo” que circulam nas redes e colocam em risco a saúde e a segurança de milhares de pessoas.
O médico observa que, embora a internet facilite o acesso à informação, ela também amplifica desinformações perigosas. Segundo Nader, muitos pacientes chegam ao consultório influenciados por vídeos ou publicações que prometem resultados milagrosos e imediatos.
“A internet está cheia de curas impossíveis, orientações equivocadas e causas inexistentes de doenças. Essas promessas podem devastar uma existência.”
— Dr. Saulo Nader, neurologista
O neurologista destaca que vídeos e postagens não substituem uma consulta médica, e que o conhecimento superficial obtido online pode levar a diagnósticos errados e tratamentos inadequados. “Um vídeo não substitui o médico”, reforça.
Entre os exemplos mais comuns, Nader cita ervas milagrosas, vitaminas com poderes curativos, fórmulas da inteligência, terapias antivacina e compostos não comprovados, como a fosfoetanolamina. Ele classifica essas práticas como “obscurantismo e ocultismo vendendo falsa saúde”.
“Estamos vivendo um tempo de charlatanismo digital. Ideias sem base científica, disfarçadas de sabedoria alternativa, se espalham em velocidade viral.”
— Dr. Saulo Nader, neurologista
O especialista também faz referência à obra O Mundo Assombrado pelos Demônios, de Carl Sagan, lembrando que a pseudociência sempre existiu, mas agora encontrou um megafone global nas redes sociais.
Apesar disso, Nader é otimista: ele acredita que a boa informação ainda é a melhor forma de combater o charlatanismo.
“Quanto mais boa informação houver, maior a esperança de que os dias adiante serão melhores.”
— Dr. Saulo Nader, neurologista
A mensagem final é clara: a busca por conhecimento deve ser guiada por fontes médicas confiáveis e baseadas em evidência científica. Informação sem critério pode ser tão perigosa quanto a própria doença.